Palmeiras foi a campo contra o Atlético-MG com um objetivo muito claro: não perder. O modorrento 0 a 0 no Allianz Parque, nesta terça-feira, pelo jogo de ida das semifinais da Libertadores, foi quase uma vitória para Abel Ferreira.
Você pode discutir se a tática do treinador é certa ou errada, válida ou não, se cabe a um time gigante como o Palmeiras fazer isso em sua própria casa… Mas o fato é que a ideia deu certo dentro daquilo que a equipe se propôs a fazer.
E isso ficou bem claro na escalação e desde os minutos iniciais. A entrada de Felipe Melo serviu para dar mais sustentação ao setor defensivo, além de povoar mais a região na qual o Atlético cria muito, sobretudo com Nacho Fernandez.
O argentino teve atuação apagada, e Felipe Melo fez bem esse papel na proteção e na marcação. A entrada do camisa 30 ajudou a travar o jogo do rival no setor.
Rony teve função de marcar Guilherme Arana o tempo todo, em qualquer lugar que o lateral estivesse. Assim, muitas vezes o Palmeiras tinha Luiz Adriano avançado e duas linhas de quatro ou cinco se alternando na marcação no campo defensivo.
Caso você não tenha visto o jogo, o Palmeiras se preocupou única e exclusivamente em se defender. Não teve nenhuma vergonha de colocar todo mundo atrás da linha da bola, se fechar no próprio campo e jogar pela famosa “uma bola”.
Felipe Melo controlou Nacho Fernández em Palmeiras x Atlético-MG — Foto: Staff Images/Conmebol
E o desempenho recebeu elogios de Abel na entrevista coletiva.
– O Atlético tem uma forma de jogar muito característica. Minha equipe foi muito inteligente sem bola, fomos astutos, perfeitos, uma equipe adulta, que sabe o que quer. Agora, com bola, aí é a questão que temos que ver onde melhorar – analisou.
A equipe não teve qualquer criatividade ou ímpeto ofensivo. Não teve jogadas individuais, não explorou os contra-ataques, não finalizou de longe, não jogou pelos lados, e o setor ofensivo foi absolutamente nulo.
O Palmeiras teve sorte no pênalti perdido por Hulk. Fora isso, foi muito competente para anular as principais forças ofensivas do Atlético, que também pouco perigo levou a Weverton. Teve a bola, mas sem criar grandes oportunidades.
Eu, particularmente, penso que não se justifica a postura que o Palmeiras teve. Atual campeão, jogando em casa, em uma semifinal de Libertadores, com o elenco que tem, contra um rival de nível muito parecido, não dá pra se comportar como se fosse um time pequeno contra um muito melhor. Não é esse o caso.